“Compostar é um acto de amor com o planeta, é o retorno à terra dos seus nutrientes para gerar novos frutos, flores e alimentos. Compostar é ser responsável e importar-se com o impacto dos resíduos gerados diariamente. Separar os nossos resíduos e compostar é ser lixo zero!”
Maria Grabriela Knapp no Livro Desafio Zero da Eunice Maia (Maria Granel)
Começámos em 2019 a testar a compostagem. Na altura, ainda na Figueira da Foz, quando iniciámos a nossa jornada para a sustentabilidade, percebemos que este passo era dos mais importantes. Cada pessoa em Portugal gera por dia 1,5 Kg, por isso temos mesmo que ser responsáveis por esse lixo que geramos.
Começámos por construir o nosso vermicompostor, com minhocas vermelhas Californianas, as mais indicadas para a compostagem. Tivemos imensas dificuldades, não no sentido de separar os desperdícios que produzíamos, mas porque é difícil de um momento para o outro lidar com animaizinhos que nem achamos piada. Foi um ano complexo, desistimos algumas vezes…mas fomos persistentes como em tudo o que fazemos. Começámos a olhar para aquelas criaturas como comedoras loucas do “lixo” que produzíamos e o transformavam num material tão rico que só poderia ser utilizado em pequenas quantidades. Só para terem uma ideia, cada minhoca come por dia o equivalente ao seu peso, pode ficar letárgico sem comer durante 10 anos, e coloca 4 a 5 ovos por mês, ou seja, dependendo de quantas minhocas tivermos inicialmente….podemos vir a ter milhões de minhocas por ano!
Agora aqui na Tapada fazemos compostagem termofílica.
O princípio é o mesmo. Juntar em camadas, os verdes (desperdícios crus da cozinha, cascas de ovos e restos de plantas do jardim que convêm não terem sementes…) com os castanhos (folhas secas, papelão, papel sem tinta, rolos do papel higiénico, borras de café, madeira triturada…) e deixar a magia acontecer.
Os meus pais que também juntam os desperdícios deles lá de casa com os nossos, é “lixo” de 6 pessoas a não ir para o aterro. Até o meu pai, que no início para além de não perceber, era totalmente céptico, já chega de manhã com os desperdícios e os coloca num dos 3 contentores que temos ali na nossa zona de compostagem.
Para quem mora num apartamento, numa casa com varanda ou um pequeno quintal, aconselhamos vivamente compostar com minhocas. É mais limpo e sem cheiros. Hoje em dia já se consegue comprar um vermicompostor por um preço razoável. E qualquer amigo que faça compostagem vos arranja uma mão cheia de minhocas sem pedir nada em troca.
Se tiverem um quintal maior, contactem a vossa junta de freguesia que quase todas já tem campanhas de compostagem e vos oferecem um compostor para fazerem a compostagem sem minhocas.
A desvantagem do vermicompostor é que não podemos colocar alguns desperdícios, como cascas de citrinos e os próprios citrinos, cebola, alho…tudo o que puder ferir as minhocas pois elas tem apenas uma fina cutícula como pele, idêntica à palpebra dos nossos olhos…por isso, pensem assim, se me fere os olhos, não posso colocar no compostor. Mas tem a vantagem de produzir também um composto líquido super potente que serve como fertilizante e insectícida, o chorume de minhoca.
Só mais uma curiosidade, as minhocas são conhecidas por serem animais com vários corações podendo ter entre dois e quinze pares!
Podem espreitar neste link como construirmos o nosso vermicompostor.
E um vídeo onde falo sobre a nossa expêriencia. Está tudo um pouco desactualizado, mas esperamos brevemente conseguir actualizar este conteúdo aqui no blog.
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