Quando decidiram ir viver para o Alentejo, sabiam que não ia ser fácil. Em plena pandemia juntaram todos os trocos que tinham, fizeram negócio com o pai da Cristina e ficaram com a Tapada do Mato. Comprada em 1977, ano em que os novos proprietários nasceram, este lugar tem sido o refúgio do Sr. Baptista, desde então. Primeiro, apenas com as cerca de 160 oliveiras de onde extraía azeite e posteriormente, já reformado, com uma horta de verão e uma horta de inverno. Arranjou um rebanho de ovelhas, umas galinhas e juntou tantas outras tarefas destemidas para um homem só. Esta história nasceu em 2 hectares de terra, na área protegida da Serra de São Mamede, perto de Póvoa e Meadas, no concelho de Castelo de Vide.
Sabiam que dificilmente conseguiriam comprar uma casa noutro lugar, porque não se queriam endividar. No entanto, persistia a vontade de viver num sítio inspirador e sempre tiveram consciência que, mais cedo ou mais tarde, a Tapada do Mato poderia parar nas mãos de outra pessoa, porque o pai da Cristina já não teria capacidade para perpetuar tarefas tão árduas por muitos mais anos. Face a esta inevitabilidade, foi tomada a decisão de resgatarem este legado familiar e impedir que seja perdido. A Cristina e o Luis, querendo humildemente preservar o que foi edificado para honrar o amor, a dedicação e os anos investidos na propriedade, estão hoje empenhados em lhe acrescentar ainda mais valor também com o que aprenderam e sabem fazer.
Se tudo correr bem, a casa do olival na Tapada do Mato, permanecerá na família por mais muitos anos.