Viver no Alentejo profundo, com oscilações de temperaturas tão acentuadas nas diferentes estações, obriga-nos a ser extremamente obcecados com a nossa água. Principalmente, porque não temos água da rede e a nossa única “fonte” é o furo que está a 70 metros de profundidade.
Apesar do meu pai confirmar que nunca ficou sem água no furo, este foi um Verão de extremo calor, como sabem…e houveram muitos indícios que poderíamos ficar sem água a meio da estação.
Assim, quando reconstruímos a casa, um dos nossos principais investimentos, foi um sistema de algerozes para colectar a água da chuva que vai directamente para o tanque de 15mil litros que já estava construído. Por enquanto, isso só acontece com um dos telhados, mas no futuro queremos ir mais longe e arranjar forma que todos os telhados escoem para depósitos de água. Mesmo que não possamos beber esta água, ela servirá para as regas das hortas e pouparemos litros de água que nos é fornecida gratuitamente pela mãe Natureza.
Quando pensamos em abrir a torneira cá de casa, seja para beber, tomar banho ou fazer as descargas do autoclismo, é um gesto demasiado importante para não pensarmos nele. A nossa subsistência aqui depende do quão rigorosos formos quando fazemos esse gesto. Não há campanha de sensibilização com melhor eficácia do que saber que a qualquer momento a nossa “fonte” pode simplesmente secar.